Navegando na Poesia
Homenagem aos 460 anos do Rio de Janeiro, por Nina Fernandes
Nina Fernandes – é com muita alegria e encanto que inauguramos esse lugar especial no nosso BLOG – Festival Ponto com Letra – Escritores em Ação, Edital Rio Capital Mundial do Livro 2025.Nesse ano onde o Rio de Janeiro é Capital Mundial do Livro, nada como começar a navegar pela poesia com uma bela homenagem ao Rio e seu aniversário de 460 anos!!!E para isso, teremos ela, Nina Fernandes, jornalista, escritora, compositora, cantora e fotógrafa. Colunista dos jornais, Posto Seis e Terra da Gente. Vice-presidente de Relações Públicas da UBT-Rio. Membro oficial da Rede Sem Fronteiras. Membro da ABRAMES, da Acadêmia Luso-Brasileira de Letras. Membro da UBE/RJ. Artilheira da Cultura do Centro de Literatura do Forte de Copacabana. Membro do Círculo Literário do Clube Naval. Associada a AJEB-RJ. E claro, nossa parceira nessa jornada linda que estamos fazendo por esse Oceano Literário.Obrigada Nina
Maravilhosa
(Celi Luz)
Vento beija os seios da manhã
Bela Guanabara! Navio se achega
Velho casario, castelos igrejas
Canto do sabiá nunca nos falta
Sopra no azul o dia carioca
Gira surf! Ginga sereia! Brinca na areia!
Serra insinua o vento brejeiro
Força do passado, luta do presente
Teatro, biblioteca, sarau, cinema
Nosso futebol, Carnaval, molejo
Mas ainda há raios que nos partem
Gente com fome, furto, suborno violência!
Tarde dengosa passa pelos Arcos
Pôr do sol mais belo que vejo
Povo se alegra aos pés do Redentor
Fé e esperança para esta cidade
É o nosso clamor no registro das fotos
Abre os braços, canta o louvor
Rio de Janeiro: Leme ao Pontal, o meu amor!

SILVIO RIBEIRO DE CASTRO – Interpretação poética da letra Fim de semana em Paquetá. Música de Alberto Ribeiro & João de Barro
Fim de semana em Paquetá
‘Esquece por um momento os seus cuidados E passe o seu domingo em Paquetá Onde vão casais de namorados Buscar a paz que a natureza dá O povo invade a barca lentamente A velha barca deixa o velho cais Fim de semana aqui transforma a gente Em bando alegre de colegiais Em Paquetá a lua cheia Faz rendas de luz por sobre o mar A alma da gente se incendeia Há ternura sobre a areia E romances ao luar E quando rompe a madrugada Na mais feiticeira das manhãs Agarradinhos, descuidados Ainda dormem namorados Sob um céu de flamboyant ‘
Música de Alberto Ribeiro & João de Barro
Interpretação da letra – Silvio Ribeiro de Castro
FOTOPOEMA – Sérgio Gerônimo

procurei aterrissar meus olhos
e no espelhado aeroporto/baíaguana
barei minhas asas
minha envergadura de norte a sul
do lameirão à imbucaes
preguiçando nas ondas do climaes
praiando dos tamoios ao macedo
fiz e faço história
fotógrafo minhas estações
morenando sabores
a são roque ofereço iguarias
descanso baobás centenários
e coqueiros atrevidos de braços ao ar
que em cores fortalecem
castelos, covancas
pedreiras, vigários, paineiras
costallats e velosos
vento
praiovolatizo
porque nunca deixo de voar
minha sorte planar
em águas
morenar, bonifaciar
catimbauar, gaivotarinspiro o abraço
carícia em flashes
de um Rio de Janeiro
OH! PAQUETÁ – Jorge Cosendey

Oh! Paquetá! Oh! Paquetá!
De tantos poemas em louvores
A ti venho poetar também
Querida Ilha dos Amores
Aconchego a todos que vêm
És poesia por natureza
Uma pintura linda e Real
Faz jus à sua plena beleza
Solo fértil, turístico e da cal
Aqui reina a cultura e o mar
Uma rica história colonial
Que dá prazer em passear
Nesse lugar tão genial
Oh! Paquetá!
Oh! Paquetá!
Como é bom te amar!
PAQUETÁ- Lúcia Mattos

Sua beleza infinita, outrora fascinante… Preserva o fascínio bucólico estendido em sua praia famosa, a moreninha…
Eterniza sonhos e devaneios.
Em suas praias caminha…
Brinca de amar, amar, o mar!
O traço geográfico semelhante à cidade de Cabo Verde, unida pelo mesmo traço linguístico.
Afro-brasileiro…
Preserva o Baobá.
Sua Maria Gorda!
Em noite de lua cheia…
Seu canto de sereia
clama pescadores ao luar.
Sua saga narrada no romance de Joaquim Manoel de Macedo.
Consagra o jovem escritor.
A marca do amor!
Com cheiro de fantasia…
No imenso mundo da Poesia.
A saudade do seresteiro.
Em ti Paquetá!!!
Faz da canção um
Cancioneiro.
Rio, 9/06/2025.
Lúcia Mattos.
Elisa Flores – Hino da Academia Luso Brasileira de Letras
Por aqui temos a nossa querida Elisa Flores, professora, trovadora, autora de aldravias, apresentações de recitais na UFRJ, Casa Julieta de Serpa, Teatro Gláucio Gil, vários prêmios da UBE e de outras entidades.
Canta o Hino da Acadêmia em solenidade pelo Jubileu sessenta anos dessa Acadêmia. Sendo ela, Elisa Flores, autora da música, letra e partitura do Hino.
Letra do Hino da Acadêmia Luso-Brasileira:
Vamos todos sempre juntos,
braços dados com fervor,
elevando nossas vozes,
“flor do Lácio” em esplendor
Viva a Língua Portuguesa
Salve a Luso Brasileira
Recitativo:
Por Camões agraciados, exaltamos
a bandeira, todos juntos, irmanados
Salve a Luso Brasileira

MULHER-Renata Sayuri
Renata Sayuri recita MULHER – As Letras de Paquetá, texto do cronista, residente da Ilha, Roberto de Lacerda.
BAOBÁ PAQUETA- Alexandre Acampora

Baobá bá Paquetá
Tá Paquetá Bá Baobá
Beijei o Baobá
Nas lonjuras de minha infância
Baobei beijei o Baobá
Naquela noite não dormi
Lembrando beijo Baobá
De pouco detalhes recordava
Joaquim Manuel de Macedo
Moreninhas morenar.
Foi quando vislumbrei o Baobá
Tomando de instantâneo arrepio
Abracei meu amigo
Renovei meu carinho
Senti toda a vida girar
Paquetá bá Baobá
Baobando
Bá beleza brilho no mar
Bá Baobá
Baobei
Beijei o Baobá.
VERSÃO INDEFINIDA- Fábio Fernando

“Je est um autre”
– Arthur Rimbaud
Nasci, tomado de poesia e traços,
Num mundo repleto de pessoas,
Flores, montanhas, cidades e
colmeias. Estradas, estrelas
de lata e verdadeiras.
Riachos, lavouras, fábricas,
gerências de cores e sombras,
artefatos do instinto e da razão,
entre seres, homúnculos e pagãos:
tanto não a mesma natureza.
Em crescimento, assumi
letras/chaves/objetos/olhares,
muitos “sempre” e alguns “nãos”.
Formas, tão diferentes, de tempos
ainda sem explicação.
Hoje, sou todos os dias, velho,
ainda sem resto, menino inacabado –
não trago o dizer que apreendi,
surgindo a poesia ao redor.
Preciso e caudaloso, masco o celho,
Sangue límpido através do suor.
PAQUETÁ- Ângela Maria Carrocino

Paquetá me remete a infância
Não só pelas lembranças
Dos piqueniques familiares de então
Mas principalmente pela alma de hoje,
Nesse mundo em turbilhão…
Onde mais se pode ver
Crianças nas ruas a brincar?
Não há medo de carros,
Porque carros não há!
As águas, calmas e serenas,
Impedem o medo do mar.
PAQUETÁ E SEUS AMORES – Nanci Vicente

Paquetá de todos os amores,
que circulam por suas ruas bucólicas:
os pueris, saudados pelas gaivotas
numa aquarela de liberdade
e beleza infantis;
os unidos pelo sacramento,
cortejados por sinfonias de pássaros
a cada manhã e entardecer;
os marginalizados, protegidos pelo manto
de flamboyants, bougainvilles e ipês,
mesclando poesia no ar;
os clandestinos, que buscam a parceria
de praias calmas beijando a areia,
enquanto o desejo incendeia.
Paquetá de todos os amores,
ninguém resiste a você!
Também, como não ceder
a um pôr-do-sol afrodisíaco
e a um luar para lá de zen?!
Nanci Vicente
COVERSA COM A NATUREZA – Juçara Valverde

Infância entre jardins,
lembranças perfumadas,
trazidas pelo verde-natureza
das paisagens de Paquetá.
Vislumbro o Baobá,
que não consigo abraçar,
o fato é difícil de enquadrar.
Persistência e resistência.
É a obstinação da natureza,
que o tempo deixou para ficar.
Encheu minha vida vazia,
esta tarde de paz e harmonia,
Passado chegando ao presente,
em que a mãe-natureza,
acalmou minha alma
ao deslumbrar meu olhar.
Juçara Valverde